O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei nº 4409/2021, que reconhece oficialmente o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, realizado em Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A proposta, de autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB/PE), já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e agora segue para sanção presidencial.
Com o novo status, o espetáculo passa a integrar a lista de bens culturais imateriais protegidos pelo Estado brasileiro, o que assegura maior visibilidade, valorização e incentivos para sua preservação e continuidade.
“É um motivo de orgulho para todos os pernambucanos”, afirmou Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova. Ele ressaltou o legado dos idealizadores do projeto, Plínio e Diva Pacheco, que transformaram um sonho em um marco de fé, arte e identidade nacional.
O deputado Felipe Carreras celebrou a aprovação, destacando que a Paixão de Cristo é mais do que uma peça teatral: “É expressão de fé, tradição e da identidade do povo pernambucano.” Já o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do projeto, reforçou a importância do reconhecimento para a preservação das tradições culturais e religiosas do país.
A origem do espetáculo remonta aos anos 1950, quando o comerciante Epaminondas Mendonça começou a promover encenações da Paixão nas ruas de Fazenda Nova. Inspirado por uma reportagem sobre o famoso teatro de Oberammergau, na Alemanha, ele sonhou em criar algo semelhante em Pernambuco. Em 1956, a ideia ganhou força com a chegada de Plínio Pacheco, e a primeira apresentação na cidade-teatro de Nova Jerusalém aconteceu em 1968.
Desde então, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém se consolidou como um dos maiores eventos culturais e turísticos do Brasil, especialmente durante a Semana Santa. Com um elenco de mais de 400 atores e figurantes, a encenação acontece em uma estrutura monumental de 100 mil metros quadrados, cercada por muralhas de pedra e equipada com nove palcos que reproduzem cenários históricos como o Templo de Jerusalém, lagos e palácios — proporcionando ao público uma experiência intensa, realista e imersiva.